
Repórter
Falando sobre geopolítica, quais são os impactos das medidas tomadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, especialmente em relação às exportações agrícolas, à diplomacia e às relações internacionais, Manoel Mário?
Manoel Mário - Presidente da ALAGRO A volta de Donald Trump ao cenário político dos Estados Unidos pode sim gerar impactos diretos, principalmente, no meu entendimento, em políticas comerciais e ambientais. Historicamente, nós sabemos que os governos republicanos são protecionistas, o que pode, evidentemente, afetar as exportações agrícolas. Isso não tem a menor dúvida para os Estados Unidos. Por isso, os países da América Latina devem reforçar sua diplomacia comercial e investir em acordos que garantam a previsibilidade nas exportações.
Repórter
Agora, gostaria que você nos falasse sobre os reflexos da assinatura do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. E que análise você faz sobre a possibilidade de mudanças nos parceiros comerciais e a interferência no mercado global?
Manoel Mário - Presidente da ALAGRO
Essa é uma pergunta muito importante, porque o agronegócio na América Latina, hoje, de fato, está no epicentro das transformações geopolíticas que podem redefinir o acesso à região dos mercados globais. E há três eixos importantes que eu costumo definir para garantir a competitividade e o crescimento sustentável.
Repórter
Exatamente o que?
Manoel Mário - Presidente da ALAGRO
O comércio internacional, a estabilidade política e a sustentabilidade. Em relação à incerteza desse acordo com Mercosul e União Europeia, vai exigir que os países da região adotem uma postura mais estratégica e proativa. Precisamos diversificar, sim, nossos parceiros comerciais e reduzir a dependência de negociações bilaterais instáveis.
E isso significa, meus caros ouvintes da Central, fortalecer laços com mercados asiáticos, como a Índia e a China, ao mesmo tempo em que buscamos maior integração da América do Norte e a África.
Repórter
Manoel Mario, além de enriquecer o solo com nutrientes essenciais, o uso do pó de rocha basalto melhora a estrutura do solo, aumentando sua capacidade de drenagem e reduzindo a perda de nutrientes. Poderíamos falar sobre a contribuição da mineração em sua relação com a agropecuária?
Manoel Mário - Presidente da ALAGRO
Nós sabemos que a mineração hoje tem uma relação direta e estratégica com a agropecuária, especialmente quando falamos do uso de remineralizadores do solo, como o pó de rocha basáltica.
Esse insumo obtido a partir da extração e beneficiamento de rochas representa uma alternativa sustentável e eficiente para a reposição de nutrientes do solo, contribuindo para a melhoria da fertilidade e da produtividade agrícola a longo prazo, previu o ministro Alisson Paulinelli quando criou, em Uberlândia, o primeiro polo agromineral verde do Brasil. O pó de basalto não apenas cria o fortalecimento gradual de minerais essenciais, como silício, cálcio, magnésio e potássio, mas também melhora essa estrutura física do solo e favorece com certeza a retenção da umidade, otimiza a drenagem da água e reduz a compactação, criando condições favoráveis ao desenvolvimento de plantas e já testado muito, inclusive, na hortifruticultura.
Repórter
Esta foi mais uma conversa produtiva com o presidente da Academia Latino-Americana do Agronegócio Alagro, Manuel Mário de Sousa Barros. Agradecemos pelas valiosas informações.
Manoel Mário - Presidente da ALAGRO
Um forte abraço para todos vocês, estão sempre à disposição para falar aqui de assuntos tão importantes como é o caso da dependência do Brasil hoje de fertilizantes químicos. Nós precisamos de melhorar essa abordagem e buscar uma posição sustentável para a nutrição das nossas lavouras.
E o caminho certo com o pó de rocha liga a mineração, as demandas e práticas agrícolas mais regenerativas e mais eficientes. Lembrem-se, dia 25 agora de março teremos o Summit Conference em Belo Horizonte.
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